Cubatão, 21 de Novembro de 2024 - 00:00:00

"Câmara de Cubatão poderá ter discursos mais inflamados daqui até as eleições", diz sociólogo

21/03/2020
Câmara vive período fervoroso

Avaliação foi de Dalmo Viana, analista da Badra Comunicação, que realiza pesquisas na Baixada Santista.

 

VALENTIM CARDOZO
Da Redação

 

Após os festejos de Carnaval que se findaram com o término do mês de fevereiro, os trâmites visando as eleições municipais para prefeito e vereadores em todo o Brasil, começam a ganhar força dentro dos municípios. Muitos consideram que esta época do ano, se consolida como o verdadeiro ponto de largada para que os pré-candidatos concluam de forma definitiva e estratégica, os caminhos a serem trilhados até o fim do pleito eleitoral, que se extende ao início de outubro deste ano.
Algumas posturas já dão sinais de mudanças bastante perceptíveis, como a tradicional dança das cadeiras (com a mudança e filiação de políticos em inúmeras legendas) e principalmente, o emponderamento de discursos, estes cada vez mais inflamados e eloquentes, em todas as Câmara de Vereadores, espalhadas pelos mais de 5mil municípios do Brasil. E é claro; isso sem desconsiderar a Cidade na qual vivemos... Cubatão/SP.
Após deduzir tal fato, por meio de um discurso significativo do vereador Laelson Batista, o Lalá (SDD), que há algumas sessões atrás fez duras críticas a administração municipal, a mesma a qual defendeu em boa parte de seu mandato, a FOLHA DE CUBATÃO (que constantemente acompanha as sessões da Câmara Municipal), levantou a seguinte questão: 

"Afinal, é normal o clima político ficar mais intenso com discursos e cobranças no Legislativo?"

Para termos base em nosso questionamento e respaldo nas respostas, nossa equipe de reportagem foi buscar a explicação de forma técnica, com o sóciólogo Dalmo Viana, formado pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo e analista político da Badra Comunicação. O profissional do instituto responsável por diversas pesquisas e levantamento de dados políticos e eleitorias nas nove cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista, relatou o seu aval sobre esse fenômeno momentâneo no Legislativo Cubatense.
"Existe uma percepção na população em anos eleitorias, que vereadores e demais políticos, de uma maneira generalizada em todo o Brasil, apareçam de quatro em quatro anos em busca pelo voto.  Em relação aos vereadores, sobre o poder executivo de Cubatão, é normal que tal comportamento se torne mais agressivo. Digo isso baseado em uma pesquisa realizada por nós, da própria Badra Comunicação, em Cubatão, no mês de novembro do ano passado, em um outro periódico da região, que relatou que os índices de aprovação da administração executiva da Cidade, não aparecem em alta", diz o pesquisador.
"Nessa avaliação, os indíces de reprovação do prefeito Ademário Oliveira (PSDB) estavam com rejeição muito elevada, na casa dos 60%. Esse dado tornou as críticas vinda dos parlamentares, mais contundentes e públicas, principalmente daqueles que pretendem se descolar da imagem negativa da Prefeitura, além dos críticos oposicionistas do Governo. Outro fator que justifica a posição mais independente de alguns vereadores é a composição, a qual seus partidos terão em relção ao atual prefeito, principalmente daqueles que possam ou devam se declarar contrários a gestão que aí está." ressalta o sociólogo.
"Projetos diferentes colocam legisladores (até mesmo entre si) e Poder Executivo em campos opostos, baseados em guerras de versões e narrativas de como teria que ter sido o governo até agora. As certezas que temos, é que os vereadores terão uma importância e um papel ainda mais forte, caso saibam administrar o fator equilíbrio, pois atacar ou defender o atual prefeito para consolidar uma releição, deve-se muito sobre o desenrolar do processo, já que a campanha ainda encontra-se aberta". finaliza, Vianna. 

 

VEREADORES OPINAM SOBRE o MOMENTO DO PLENÁRIO


FOLHA foi buscar a opinião de quatro dos 15 vereadores.

Baseada nas informações fornecidas pelo sociólogo Dalmo Viana, da Badra Comunicação, a equipe de reportagem da FOLHA DE CUBATÃO colheu depoimentos de alguns dos vereadores que mais se destacam no atual cenário político do município. O intuito é de se buscar o contraponto, segundo a versão do próprio cientista político.


Veja a seguir, a opinião dos parlamenteares:


"Isso ocorre mais por uma questão político-partidária, por ser um ano eleitoral, pois as definições visando o prazo de filiações aos partidos já estão aí, com os dias contados para que as mudanças sejam feitas e, logicamente, isso contribui para esse cenário.  Muitas vezes se tem uma linha de posicionamento e, com o chegar dos "45 do segundo tempo batendo na porta" e com o vereador vendo um certo desprestígio de uma lado ou de outro, acaba sendo mais aguerrido e até provocativo na fala. Isso é bom para a Democracia e quem ganha com isso é somente a população" , Fábio Roxinho (MDB) - presidente da Câmara.


"Sobre os discuros, eu concordo que as discussões tem sido mais acoloradas, porém, discordo sobre o fator da combrança junto ao líder do poder executivo e seu secretariado estarem mais contundentes agora, pois isso, foi algo que sempre aconteceu, ao longo dos quase quatro anos de mandato. Os parlamentares de Cubatão sempre votaram de forma positiva naquilo que acreditam ser o melhor para a cidade e rechaçando os projetos os quais, não acreditamos serem positivos. O calendário eleitoral deixa o trabalho dos parlamentares mais latente para a população, com a impressão de que os discursos mudaram, o que na verdade, não ocorre, pois há documentos registrados nessa Casa, de vereadores pedindo a troca de secretários, devido a ineficácia sobre a gestão da respectiva pasta, desde o primeiro ano do atual Governo, que foi em 2017" , Rafael Tucla (PT).


"O que eu cobro é o melhor para a cidade, desde o início do meu mandato. Eu estou no meu segundo mandato e desde o primeiro sempre adotei as mesmas posições.  Não é por que sou base do atual Governo, que vou fazer "vistas grossas" para o que está acontecendo, pois, devemos ter esse concentimento já que cabe a nós, que somos a voz da população e pra isso fomos eleitos, como empregados do povo, simplesmente cobrar. Sendo assim, quando cobramos com mais ênfase e até de forma mais áspera, é justamente para que os secretários se mecham, pois toda a secretaria é uma engrenagem do Governo, e, se essa engrenagem não funcionar, a máquina (entenda-se Prefeitura) não anda. Os poderes são harmônicos", Ivan Hildebrando - PSB. 


"Tomei esse tipo de postura e posicionamento por não concordar com a forma como muita coisa vem sendo levada pela Administração Municipal. Posso citar representar isso com a demora na iniciação dos trabalhos do Centro Oncológico, a qual não poderia ter atrasado tanto assim, pois foi prometida e adiado por mais de uma vez e teve uma inauguração atrás da outra. Sempre vou me posicionar, não como situação ou oposição, mas sim, como um veredor que vai estar do lado do Povo e que vai discursar, votar e cobrar de acordo com os interesses da população" , Laelson Batista, o Lalá (SDD).


 

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