Cubatão, 18 de Setembro de 2024 - 00:00:00

Coletivo 302 inicia apresentações de ‘Vila Socó’ no Festival Mirada

21/08/2024
 Coletivo 302 inicia apresentações de ‘Vila Socó’ no Festival Mirada A peça teatral contará a tragédia que completa 40 anos

 

Espetáculo será na própria Vila São José, antiga Vila Socó

 

Última parte da trilogia Zanzalá será encenada gratuitamente nas ruas da Vila São José, em Cubatão, nos dias 10, 11 e 12 de setembro, às 17h30 Após dez meses de intensa preparação e estudos, o Coletivo 302 já tem data para o início das apresentações do espetáculo “Vila Socó”. A encenação fará parte da programação do Mirada, Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas promovido pelo Sesc São Paulo, nos dias 10, 11 e 12 de setembro, a partir das 17h30, percorrendo as ruas da Vila São José, em Cubatão, com início na Rua Hilário Balula, 20.

 

A programação é gratuita. Bairro operário de Cubatão, a Vila Socó, hoje denominada Vila São José, foi destruída em um incêndio há 40 anos, na madrugada de 24 para 25 de fevereiro de 1984, após o vazamento de aproximadamente 700 mil litros de gasolina de dutos subterrâneos instalados sob o terreno, resultando na morte de dezenas de pessoas e animais, naquela que foi considerada a principal tragédia industrial do Brasil e um dos maiores incêndios do País. Esse fato é o ponto de partida do espetáculo do Coletivo 302, que se debruçou sobre arquivos e entrevistas com pessoas da comunidade durante o processo criativo. Última parte da trilogia Zanzalá, que resgata narrativas de três bairros operários da cidade (Vila Parisi, Vila Fabril e Vila Socó), a obra itinerante percorre as ruas e memórias da vila. Mergulhando entre suas frestas e becos, o público acompanha um menino em busca de reencontrar a família nos rastros da lama, da cal e do tempo.

 

Durante todo o processo, foi utilizado o conceito teatral site-specific, em que o grupo utiliza a própria região que será retratada como ponto de partida para a criação dramatúrgica, cenográfica e de outros elementos da obra. “É uma obra criada especialmente para esse local, que sofreu um grande incêndio há 40 anos e que desde então passou por muitas mudanças desde então. O público participa ativamente da narrativa, interagindo com o espaço, personagens e suas histórias. A peça é itinerante, desenvolvendo-se pelas ruas, praça e memorial dedicado aos mortos do incêndio”, explica Douglas Lima, Diretor e encenador do espetáculo. O objetivo do Coletivo 302 é reviver e refletir sobre essa história através do teatro, aguçando sentidos, memórias e criticidade com sons, cheiros e outras sensações.

 

A Vila é protagonista da narrativa, e elementos visuais, como tecidos e objetos, destacam pontos da história. “O nosso processo de pesquisa incluiu pesquisas de documentos e publicações da época, mas principalmente por meio de entrevistas e depoimentos dos moradores ou pessoas que tenham histórias sobre o território ou tema abordado”, diz Allana Santos, atriz. “Assim estabelecemos uma relação de proximidade com a comunidade, possibilitando que a narrativa seja contada através da visão popular, dando voz aos moradores e criando um registro da memória e história da cidade”, completa.

 

Nos três dias de apresentação dentro do Mirada, o Sesc São Paulo disponibilizará transporte gratuito a partir de sua unidade em Santos, com vagas limitadas. Para reservar, é preciso acessar o aplicativo Credencial Sesc SP ou o site https://centralrelacionamento.sescsp.org.br/. Mais apresentações O Coletivo 302 realizará mais apresentações do espetáculo nas semanas seguintes, agora como parte da temporada oficial. As encenações acontecerão nas seguintes datas: 21, 22, 28, 29 de setembro e 05, 06, 12, 19, 20 e 26 de outubro, sempre às 17h30 e também com entrada franca. Haverá vagas limitadas para estacionamento na Praça da Cidadania da Vila São José, entrada do bairro.

Comentários

  • Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Aguarde..