Cubatão, 18 de Setembro de 2024 - 00:00:00

Coletivo 302 inicia nesta terça-feira apresentações de ‘Vila Socó’ no Festival Mirada

10/09/2024
Coletivo 302 inicia nesta terça-feira apresentações de ‘Vila Socó’ no Festival Mirada A encenação Vila Socó realizada pelo Coletivo 302

Última parte da trilogia Zanzalá será encenada gratuitamente nas ruas da Vila São José, em Cubatão, terça, quarta e quinta, a partir das 17h30

 

Após dez meses de intensa preparação e estudos, o Coletivo 302 começa nesta terça-feira, dia 10, as apresentações do espetáculo “Vila Socó”. A encenação fará parte da programação do Mirada, Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas promovido pelo Sesc São Paulo, até quinta-feira, dia 12, a partir das 17h30, percorrendo as ruas da Vila São José, em Cubatão, com início na Praça da Cidadania (Av. Tancredo Neves, 552).

 

A programação é gratuita. Bairro operário de Cubatão, a Vila Socó, hoje denominada Vila São José, foi destruída em um incêndio há 40 anos, na madrugada de 24 para 25 de fevereiro de 1984, após o vazamento de aproximadamente 700 mil litros de gasolina de dutos subterrâneos instalados sob o terreno, resultando na morte de dezenas de pessoas e animais, naquela que foi considerada a principal tragédia industrial do Brasil e um dos maiores incêndios do País. Esse fato é o ponto de partida do espetáculo do Coletivo 302, que se debruçou sobre arquivos e entrevistas com pessoas da comunidade durante o processo criativo.

 

Última parte da trilogia Zanzalá, que resgata narrativas de três bairros operários da cidade (Vila Parisi, Vila Fabril e Vila Socó), a obra itinerante percorre as ruas e memórias da vila. Mergulhando entre suas frestas e becos, o público acompanha um menino em busca de reencontrar a família nos rastros da lama, da cal e do tempo. Durante todo o processo, foi utilizado o conceito teatral site-specific, em que o grupo utiliza a própria região que será retratada como ponto de partida para a criação dramatúrgica, cenográfica e de outros elementos da obra. “É uma obra criada especialmente para esse local, que sofreu um grande incêndio há 40 anos e que desde então passou por muitas mudanças desde então.

 

O público participa ativamente da narrativa, interagindo com o espaço, personagens e suas histórias. A peça é itinerante, desenvolvendo-se pelas ruas, praça e memorial dedicado aos mortos do incêndio”, explica Douglas Lima, Diretor e encenador do espetáculo. O objetivo do Coletivo 302 é reviver e refletir sobre essa história através do teatro, aguçando sentidos, memórias e criticidade com sons, cheiros e outras sensações.

 

A Vila é protagonista da narrativa, e elementos visuais, como tecidos e objetos, destacam pontos da história. “O nosso processo de pesquisa incluiu pesquisas de documentos e publicações da época, mas principalmente por meio de entrevistas e depoimentos dos moradores ou pessoas que tenham histórias sobre o território ou tema abordado”, diz Allana Santos, atriz. “Assim estabelecemos uma relação de proximidade com a comunidade, possibilitando que a narrativa seja contada através da visão popular, dando voz aos moradores e criando um registro da memória e história da cidade”, completa. 

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