Encontro tratou do perigo do vazamento em dutos e precauções a serem tomadas
Na manhã da última terça-feira (19), alunos da UME João Ramalho participaram de duas palestras no auditório da Biblioteca Municipal de Cubatão sobre a tragédia que sucumbiu a antiga Vila Socó – hoje Vila São José – bem como os perigos de roubo nos dutos e o que fazer para prevenir uma nova tragédia de grande escala. A programação foi promovida pela Defesa Civil de Cubatão.
O engenheiro Dalton Leal Dias, primeiro palestrante, trabalhou na ocorrência da Vila, em 24 de fevereiro de 1984, e contou um pouco sobre o que viu naquele cenário de horror. Desde corpos, que aos montes foram consumidos pelas chamas e carbonizados, até os dias que se seguiram depois da tragédia: “Os bombeiros tentavam salvar as pessoas desesperadamente. Uma cena que me impactou foi ver um homem dentro de uma geladeira com seus dois filhos, que na tentativa de fugir das chamas, se trancou lá dentro. Infelizmente, não adiantou e ele morreu carbonizado juntamente com as crianças”. Ele ainda falou um pouco sobre o dia seguinte a tragédia: “Tiveram que jogar quilos e quilos de cal por cima do que havia restado da vila, para conter o cheiro forte dos corpos que foram carbonizados, estava insuportável”.
Ele apresentou a cronologia dos fatos ocorridos e falou sobre a causa da tragédia – ação corrosiva – e afirmou ainda que a tragédia poderia ter sido evitada se houvesse uma manutenção preventiva dos dutos na época, bem como dispositivos de segurança, como alarmes para incêndio. Apresentou também alguns métodos que podem combater a corrosão.
Dalton contou ainda que, 22 anos depois, em 2006, atendeu uma nova ocorrência de incêndio na Vila dos Pescadores. Felizmente, pela rápida ação, a tragédia não foi de grande escala, porém, as chamas conseguiram destruir 20 barracos e deixar uma vítima – uma criança.
Leila Oliveira, supervisora de dutos da Transpetro, comandou a segunda palestra e falou sobre o perigo do roubo nos dutos e o que fazer para prevenir vazamentos de produtos químicos, evitando que uma tragédia possa ocorrer novamente. Primeiro, um vídeo explicativo sobre as faixas de dutos foi transmitido para os alunos. Em seguida, Leila fez uma rápida apresentação da empresa e suas unidades no estado de São Paulo, e as bases localizadas no município de Cubatão. Ela explicou as responsabilidades delegadas à Transpetro, e os centros de emergências disponíveis para atender as ocorrências que possam surgir.
A supervisora contou que o furto de combustível dos dutos está se tornando cada vez mais frequente, e o perigo que isso representa para a população. Explicou o modus operandi de quem comete tal crime, ressaltando a necessidade de denunciar: “Se você vir algo suspeito, apenas ligue para o número 168. É de graça e totalmente anônimo, ninguém vai saber de onde a ligação veio”. Não só para denúncias, mas também para solicitar algum pedido de ajuda, o número também está disponível para a população.
Outros nomes notórios que estavam presentes no evento foram Manoel Dubra, coordenador do projeto APEL e Eduardo Nocetti, ex-integrante do Corpo de Bombeiros.
Para finalizar o evento, os palestrantes receberam certificado de reconhecimento referente às respectivas participações.
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