Lideranças da Saúde, Educação e Comércio cobram atitudes em suas respectivas áreas de atuação, perante a Administração Municipal. Ademário (PSDB) argumenta.
VALENTIM CARDOZO
Da Redação
A reportagem da FOLHA DE CUBATÃO foi saber de representantes da sociedade civil, quais são as exigências e cobranças dessas lideranças junto a prefeitura de Cubatão, e se elas estão realmente sendo atendidas pela administração municipal. O viés das declarações, partem de integrantes de setores como a própria saúde, além de outros vetores como comércio e educação, que também estão sendo extremamente afetados pela pandemia.
SAÚDE - Paulo "Papagaio" / diretor do Conselho Municipal de Saúde.
"Nenhum lugar do Mundo estava preparado para essa pandemia, porém, em Cubatão a quantidade de casos suspeitos e de pessoas infectadas mudaram de patamar em poucos dias, tanto é que que dados vindos do próprio Estado e divulgados na imprensa local, tem confirmado que os índices em nossa cidade já não são dos melhores. Há muita gente na rua e a grande maioria até por necessidade, pois estão se dirigindo ao trabalho, para ganharem o sustento, mas também é possivel ver pessoas do quadro de risco (principalmente idosos). Houve a exigência do decreto do Estado, mas o cumprimento disso foi zero, principalmente aqui, em Cubatão. Algo precisa ser feito, não só pelo poder executivo, mas também pelo legislativo. No entanto, nós do Conselho mantemos nossas reivindicações diretas com a secretária de Saúde e, muitas coisas estão sendo encabeçadas no sentido de combate a pandemia, para que sejam levadas até o gabinete do prefeito, para que sejam ouvidas e analisadas. Se estão chegando até lá, aí é outra estória... mas, pelo o que consta, parece e se apresenta.... não! Já fomos mais ouvidos em outros governos".
EDUCAÇÃO - Berenildo Gonçalo / vice-presidente do Sindicato dos Professores
"Há uma grande preocupação em relação ao ano letivo, pois temos uma prioridade legal de seguir os 200 dias, então o governo antecipou o recesso do mês de julho, para esse período de quarentena, onde há um indicativo dos gestores da região também para antecipar o recesso de fim de ano, para o retorno das aulas. Termos assim, uma quantidade menor de dias a serem repostos, mas isso tudo é muito incerto, pois não sabemos em qual momento e dia, o isolamento social vai terminar. Por conta disso, acho até que há uma preocupação com algo incerto, uma vez em que deveríamos manter a quarentena aí, por um bom período. Além do mais, nos preocupa muito também o fato de que os professores que tem carga suplementar e trabalham em dois períodos, acabam tendo uma jornada sua, e outra de suplementação, já que deveriam ter seus vencimentos suspensos, por conta de não haver aula. Isso é algo que já questionamos da secretaria, porque não há a mínima possibilidade das pessoas perderem vncimentos. Com relação a merenda escolar é óbvio que o governo tem que achar uma saída, a qual seja eficiente e que consiga garantir a alimentação de todos os alunos, os quais esto matriculados na rede municipal de ensino. Que eles tenham acesso a uma alimentação digna e descente. Não sei a forma, pois o prefeito fala em um cartão para que isso seja feito, além de alegar que esse cartão seria munido de valores, para que as pessoas pudessem adquirir o alimento via o cartão. Mas ao que parece, a idéia adotada não foi essa, mais sim a entrega da cesta básica, que ao que parece, já começou a ser entregue e gerou uma aglomeração de pessoas na hora da distribuição, no Centro Esportivo, para o recebimento das primeiras 600 unidades. Então, essa é uma preocupação por parte de nós, professores, pois sabemos que boa parte desses alunos da rede pública, dependem, quase que muitas vezes, exclusivamente dessa alimentação, para se manterem nutridos. Importante no final de tudo isso e´, que o governo tenha planejamento pra que todos tenham segurança no retorno as aulas, tanto nós professores, quanto os alunos e todo o restante das equipes, para que consigamos cumprir de forma honrosa, o nosso papel docente.
COMÉRCIO - Geraldo "Tia Jô"/ Comerciante e ex-presidente da ACIC
"Entendo ser muito grave a situação dessa pandemia, tanto é, que eu acreditei que o município iria montar um hospital de acampamento, o que ajudaria todos os setores, até mesmo o comércio, pois dessa forma, poderíamos nos prepararmos para retomarmos as atividades o mais rápido possível. Porém, tenho plena consciência que o inimigo é invisível e perigoso, mas teremos que tomar os devidos cuidados, para que isso não se alastre. No dia 14, eu e mais alguns comerciantes estivemos reunidos com o prefeito para que mais alguns comércios fossem liberados para trabalhar, no entanto, acabei por não concordar com as escolhas das demandas comerciais liberadas para atuar, pois ou libera todos ou não libera ninguém, apenas os essenciais. Acredito que os perigos eminentes de uma loja de roupa são os mesmos de uma ótica. As óticas foram liberadas e as lojas de roupas, não. Os cabelereiros também foram liberados e, eles possuem um contato muito próximo com seus clientes. Tem que haver igualdade nessas escolhas, se não, o pequeno comerciante vai sofrer muito. Tem que se abrir tudo e manter a fiscalização atuante, alias, fiscalização é algo que não está sendo visto. Ou se abre tudo, ou não se abre nada, mas ficar escolhendo quem vai abrir ou não, é injusto e desleal. Não faz muito tempo que o prefeito nos recebeu com uma listagem de propostas que foram levadas a ele, porém, até o momento, nada foi atendido. Inclusive o adiamento para o pagamento dos impostos, o que poderia ser deixado para o ano que vem.
Com exclusividade, prefeito Ademário fala a Folha de Cubatão
SAÚDE
"Montar tendas é para quem não tem hospital, como São Vicente. Nosso hospital de campanha está aqui há mais de 20 anos, pois temos a melhor estrutura da Baixada Santista"
Como todos sabem a verba da saúde carimbada, pois 15% do orçamento é destinada para a pasta. Esse ano, serão 15% de R$900 milhões, porém estamos inserindo um "plus" na Saúde, mediante a crise do COVID-19 claro que fazemos algums transferências em prol da pasta, mas não temos números efetivos de quais serão os gastos, para colocarmos no portal da transparência. quer um exemplo? O nosso hospital de campanha está aqui, é o Hospital de Cubatão. Aqui não terá Hospital de Campanha porque não precisamos fazer tendas como cidades vizinhas, as quais não tem um hospital do porte e bem equiparado quanto o nosso. Só para COVID-19, temos 10 leitos de UTI's e 30 leitos de enfermaria. Porém se houver necessidade, temos potencial no nosso hospital de campanha, para mas 100 leitos. Cubatão tem a melhor estrutura da Baixada Santista. Isso, você pode pode perguntar para qualquer especialista em saúde da Baixada Santista. Temos quatro respiradores no SAMU e 54 rspiradores em todas as unidades de Saúde. Somos a melhor Saúde da região. Isso é fato.
EDUCAÇÃO
"Sei que alguns criticaram a distribuição das cestas, se aproveitando pelo simples fatos de enfrentarmos essa crise e, principalmente estarmos em período eleitoral"
O Governador Dória está cuidando muito bem da rede estadual e, nós prefeitos, temos que buscar alternativas. No caso de Cubatão, a alternativos que encontramos foi levantar a nossa folha de cadastrados no Cadastro Único Federal, que equivale a 7 mil pessoas recebendo benefícios, como o Bolsa Família. Sendo assim, estamos realizando o levantamento de toda a nossa rede e optamos em contar com as parcerias do estado e da iniciativa privada para já termos estocados cerca de 8 mil cestas básicas, as quais já começaram a ser distribuídas, o que no meu ver é a melhor forma de suprir essa necessidade, ao invés de fazer a criança ir até a escola tomar posse do se kit, já que isso gera aglomeração. Também estpa sendo providenciado e deve passar pela Câmara de vereador Um PL de um cartão para o uso das pessoas mais vulneráveis, no qual terá o valor ainda a ser definido. Sei que alguns criticaram a distribuição das cestas, se aproveitando pelo simples fatos de enfrentarmso essa crise e, principalmente estarmos em período eleitoral, deixando de priorizar vidas para priorizar suas campanhas pessoais, porém essa distribuição era necessária.
COMÉRCIO
"Decidimos abrir mais alguns comércios devido a necessidade da população, perante o uso de seus serviços. A decisão de quais ou não comércios devam ser abertos é de um orgão colegiado, o Condesb".
Temos reuniões permanentes com a Associação Comercial, pois sempre tentamos manter todos os comerciantes informados. Decidimos abrir mais alguns comércios devido a necessidade da população, perante o uso de seus serviços. A decisão de quais ou não comércios devam ser abertos é de um orgão colegiado, ou seja, do Condesb. Nós não flexibilizamos realmente nada. A questão de abertura de comércios como ótica, que é uma necessidade de saúde. Uma pessoa míope, que quebrou o óculos, ela não vai ficar sem se locomover. São serviços essenciais, assim como os chaveiros, que já estavam licenciados, pois imaginem a pessoa perder a chave do carro ou até mesmo de casa? A pessoa ficaria na rua. Outro conceito são os salões de beleza e barbeárias, que são serviços essenciais e podem atuar com horário marcado, pois, não tomaria uma atitude isolada como prefeito. Alguns fazem isso, eu não".
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