Cubatão, 19 de Setembro de 2024 - 00:00:00

Curta-metragem realizado na Vila dos Pescadores é selecionado para festival internacional

12/08/2024
Curta-metragem realizado na Vila dos Pescadores é selecionado para festival internacional Produção do curta metragem entre as palafitas da Vila dos Pescadores.

Filmado em mangue de Cubatão, vídeo é fruto do Projeto Pescadores de Histórias, uma parceria entre entre ISAC e Petrobras

 

O curta-metragem “E se Jesus nascesse no mangue?” transporta a figura de Cristo para um cenário contemporâneo e inesperado: os mangues de Cubatão, em São Paulo, em uma narrativa que aponta o renascimento e os desafios do ecossistema. Lançado em dezembro de 2023, a obra foi indicada para Frome International Climate Film Festival, na Inglaterra. Dirigido e produzido pelo Instituto Socioambiental e Cultural da Vila dos Pescadores – ISAC, por meio do projeto Pescadores de Histórias, em parceria com a Petrobras, a obra contou com a participação de alunos da oficina de cinema, dando destaque aos protagonistas Matheus dos Santos e Bianca Pessoa, que deram vida à Sagrada Família. Diferente da história narrada nos evangelhos bíblicos, o curta apresenta José e Maria, ainda grávida de Jesus, em um barco, navegando pelas águas do rio Cubatão. No percurso, o casal se depara com os desafios causados pelos impactos ecológicos decorrentes da poluição na região, até chegarem às margens do rio e adentrarem no mangue. 

 

Jesus Cristo nasce em meio a fauna e flora do ecossistema e, logo em seguida, um sinal do céu indica aos Reis Magos a sua chegada. Esse sinal é representado pelas luzes que iluminam o Polo Industrial de Cubatão e guiam os personagens até o local do nascimento do Messias, onde o presenteiam com ovos de espécies nativas, uma muda de uma árvore dos manguezais e também um caranguejo, itens simbólicos que apontam para a recuperação ambiental da região. Com um olhar sensível, o menino Jesus, representado por um bebê da comunidade da Vila dos Pescadores, encara o manguezal ganhando vida. O curta-metragem se encerra com o vôo do guará-vermelho (Eudocimus ruber), ave símbolo da recuperação ambiental de Cubatão.

 

Para a presidente do ISAC, Marly Vicente da Silva, a obra traz a mensagem de renovação e esperança. “Ficamos muito tempo sendo símbolo da poluição, chamados de Vale da Morte, mas então passamos a ser o Vale da Vida. O filme retrata isso, traz a esperança de um mundo melhor, através da família, da religiosidade, desse lado espiritual das pessoas”, destaca. Além do destaque internacional, o curta-metragem também foi indicado para 10° Santos Film Fest – Festival de Cinema de Santos. Para o diretor da obra, Carlos Oliveira, a indicação de “E se Jesus nascesse no mangue?” à premiações, mostra a força e o reconhecimento dos trabalhos realizados no ISAC. Mas, para além disso, incentiva as crianças e adolescentes a se voltarem à arte.

 

“É muito importante porque a gente dá uma oportunidade para eles (crianças e adolescente) desenvolverem uma arte, uma sensibilidade, não só a sensibilidade artística, mas a sensibilidade humana, interpessoal, a empatia. Porque o cinema trabalha várias características, como a comunicação, o autoconhecimento das emoções e várias características benéficas para o desenvolvimento da criança e do adolescente”, enfatiza.

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