ENTREVISTA

Paula Ravanelli é a candidata do PT para a prefeitura de Cubatão

Paula Ravanelli, pré-candidata a prefeita 
 oficializada pelo PT em Cubatão. 

 

FOLHA DE CUBATÃO - Quem é Paula Ravanelli?
PAULA RAVANELLI - É uma cubatense de 51 anos, funcionária pública concursada como procuradora do município, desde o ano de 1.999 e afiliada ao Partido dos Trabalhadores desde 1.988.

FOLHA DE CUBATÃO - Qual sua experiência na política?
PAULA RAVANELLI - Fui secretária de Assuntos Jurídicos em duas administrações petistas no Vale do Paraíba, Caçapava/SP e São José dos Campos/SP, para ser mais exata.  Também chefe da assessoria Jurídica daqui de Cubatão, na administração do ex-prefeito Nei Serra. Além disso, também atuei como assessora da secretaria de Habitação, na administrção da ex-prefeita de São paulo, Marta Suplicy e sub-chefe de assuntos jurídicos e assessora especial para assuntos federativos na Presidência da República, nos governos dos presidentes Lula e Dilma.

FOLHA DE CUBATÃO - O Partido dos Trabalhadores tem chances de voltar a governar Cubatão?
PAULA RAVANELLI - Sim. Pois eu acredito que o Governo Ademário (PSDB), tem se mostrado muito ruim com os servidores municipais e as articulações dos serviços públicos para a população. A cidade está muito mal cuidada em vários aspectos e isso fez com que a população recordasse as coisas boas, feitas nos governos anteriores da prefeita Marcia Rosa (PT), que mesmo com as críticas que o governo petista de Cubatão recebeu, também houve aspectos positivos. A idéia é discutirmos com a sociedade e mostrar, que podemos realizar uma auto-crítica por meio dos erros que as administrações do PT recebeu na cidade, principalmente no segundo mandato, que não foi tão bom quanto o primeiro. Porém os aspectos positivos da nossa gestão que poderiam ter sido aproveitados, foram descontinuados pelo atual governo.

FOLHA DE CUBATÃO - Quais foram os pontos positivos do governo do PT em Cubatão? 
PAULA RAVANELLI - O aspecto mais positivo foi a valorização da Educação, tanto do serviço público como professores e pagens, como o atendimento nas creches que foi universalizado e as escolas passavam por manutenção. Hoje o que vemos são es escolas sem essa manutenção, sofrendo com enchentes e passando por uma enorme degradação,  falta de infra-estrutura e dos serviços públicos. A intenção desse governo parece ser acabar com o serviço público em Cubatão, no sentido de precarizar as relações de trabalho e tirar direitos dos servidores. Dessa forma, a qualidade no serviço público municipal só diminui.

FOLHA DE CUBATÃO - Já que você falou de educação e do servidor, como você avalia o momento vivido pelo professor municipal?
PAULA RAVANELLI - Os professores e também os demais servidores vem sendo estigmatizados. Isso não é só aqui, pois existe um pré-alinhamento de posturas do Governo Federal (Bolsonaro), Estadual (Dória) e Municipal (Ademário), ao pregarem a mesma proposta de desvalorização do servidor público e do estado de maneira geral. Os professores são a parcela do funcionalismo que está na ponta e, sendo assim, eles sofrem mais do que as demais categorias liagas ao serviço público, já que eles tem de lhe dar diariamente com essas dificuldades estruturais que são a falta de material, de merenda e o não reconhcimento de seus direitos.

FOLHA DE CUBATÃO - Assim como a ex-prefeita Marcia Rosa, você é mulher, porém diferente dela, você trabalha diretamente com leis, devido ao seu cargo e formação. O que esses dois fatores agregariam em um possível governo Paula Ravanelli?
PAULA RAVANELLI - Ter experiência na gestão pública, realmente faz muita diferença. No meu caso, são mais de 20 anos atuando e adquirindo experiência prática e formação teórica. Sou advogada especializada em Direito Público e Constitucional além de Políticas Públicas. No momento, estou fazendo doutorado em planejamento e gestão territorial. Sempre pensei que para ter um bom desempenho na vida pública é necessário se formar e se capacitar para o exercício desta função importante, que é o cargo de prefeito municipal.

FOLHA DE CUBATÃO - De qual forma você pretende acoplar a sua experiência em outras esferas dentro do Município?
PAULA RAVANELLI - Existem duas formas para isso. A primeira é pelo conhecimento que eu tenho devido ter trabalhado com os programas federais e a forma de captar recursos para a cidade por meio desses programas. É possível fazer essa política de captação tanto na esfera estaudal, quanto na federal. Em segundoo lugar, a minha função na sub-chefia de Assuntos Federativos da Presid��ncia da República, era assessorar o presidente na relação dele com Estados e Municípios. Nessa função, eu conheci várias experiências em todo o Brasil, de administrações estaduais e municipais. Programas municipais de transferência de renda, orçamento participativo e outras boas práticas, as quais foram levadas até em nível internacional, pois são exemplos que o Brasil dá para outros países do Mundo. Sendo assim, posso dizer que eu conheço como acessar e captar os recursos do Governo Federal, além de também eclementar outros programas, os quais conheci de perto, por diversas outras cidades espalhadas pelo país e procurarei trazê-los para Cubatão.

FOLHA DE CUBATÃO - Você acha que o PT saiu fortalecido nas ultimas eleições, apesar de não ter tido sucesso nos cargos executivos?
PAULA RAVANELLI - Demonstramos força, sim. Fomos para o segundo turno, na campanha para presidente da República. As eleições federais deixaram claro que hoje, o PT é a segunda maior força no Brasil. E se formos avalaiar o fato que, o atual presidente da República está sem partido, devido ele ter saído do partido que o elegeu, hoje o PT é o maior partido do Brasil, por esse motivo e também por termos a maior representação política na Câmara dos Deputados. Em Cubatão, por exemplo, a candidatura do Haddad recebeu 26% dos votos válidos da cidade e  o nosso candidato a governador do Estado (Luiz Marinho) teve mais de 9 mil votos. Isso mostra a força que tem o PT em Cubatão, dentro desse campo da política da esquerda, que são as políticas públicas voltadas para as questões sociais. Essa expressividade nos encoraja a disputarmos o próximo pleito eleitoral, nos opondo a todos esses governos que estão ai, nas esferas municipal, estadual e federal.

FOLHA DE CUBATÃO - Quais os principais erros do Governo Ademário Oliveira?
PAULA RAVANELLI - Não cuidam bem da cidade. Ele não faz o serviço básico de um prefeito, que é cuidar de sua cidade. Sofremos com enchentes, ruas esburacadas e ciclovias danificadas. A cidade está sem zeladoria e isto é visto por qualquer um. Fora a desvalorização dos servidores públicos. O prefeito tem contratado serviços terceirizados.

FOLHA DE CUBATÃO - Qual o tipo de política pública-administrativa que você pretende adotar para mudar esse quadro?
PAULA RAVANELLI - Fortalecer o papel do município para enfrentar as desigualdades sociais, melhorando a saúde, melhorando a educação e promovendo a geração de emprego e renda. Esse é o ponto negativo desse governo que está ai. Não existe busca por atrativos, para que a cidade receba novos investimentos para a geração de mão de obra. Ele não é um líder que possa encontrar novas vocações econômicas para a nossa cidade. Já faz muito tempo que Cubatão já não pode mais depender só do Polo Petroquímico, já que o Brasil passa por um processo de desindustrialização e Cubatão não pode deixar de enxergar isso. É necessário o investimento em industrias de informatização voltadas para a educação tecnológica, o que consequentemente qualificaria essa nova massa de mão de obra que viria a emergir.

FOLHA DE CUBATÃO - O que o cubatense pode esperar de uma administração Paula Ravanelli?
PAULA RAVANELLI - Um governo com um olhar futurista, pois a nossa cidade não é uma cidade pobre. A Prefeitura de Cubatão, em relação a outras cidades tem uma renda percapta muito significativa, fazendo com que ela só tenha que eleger muito bem as suas prioridades, para que não desperdice o dinheiro público, para que o mesmo seja bem investido. Além de educação, saúde e lazer, que é o basico, a população também precisa ter perspectiva econômica, em especial para a população jovem. Uma política de longo prazo para as gerações futuras, como um plano diretor, que é algo que não temos  há mais de 20 anos. O nosso governo será um governo de metas a serem alcançadas.