Francisco Pereira Gomes, o “Chico da Adega”
“Desconheço pontos fortes no governo Ademário”
Quem é o Chico da Adega?
Meu nome é Francisco Pereira Gomes, mais conhecido como “Chico da Adega” e tenho 62 anos. Sou natural de Malta, uma cidade no estado nordestino da Paraíba. Cheguei em Cubatão no ano de 1974, ou seja, estou aqui há 45 anos.
Quando você começou a interagir com a política em Cubatão?
Desde o dia que eu cheguei aqui. A primeira coisa que eu procurei a saber, era por que Cubatão na época passava por uma ditadura (a cidade era área de segurança nacional na ditadura militar, e seus prefeitos eram indicados pelo regime), pois de onde eu vim isso não existia. Sendo assim, fui interagir com pessoas que lutavam contra isso na época. Pessoas como Mychajlo e Armando Campinas (políticos da Cidade), apesar de ser menos experiente do que eles. Foi assim que eu fui me tornando uma pessoa conhecida, pois quando somos novos em qualquer lugar, não passamos de meros desconhecidos.
Você montou sua adega logo que você chegou?
Não. Trabalhei muito tempo no Polo Industrial. Minha adega existe de 35 anos para cá.
A Adega do Chico sempre ficou situada como ponto de encontro de políticos em Cubatão?
Não... aqui sempre se debateu política. Mas aqui começou a virar um “point sobre o assunto”, no governo do ex-prefeito Clermont Castor, que ficou oito anos no poder (2001/2008). O Clermont havia descumprido alguns compromissos firmados em campanha. Sendo assim, criei um mural onde eu mostrava que a maioria do secretariado dele (cerca de 90%), residia fora da cidade, o que era inconstitucional na época. Esse fato me deu visibilidade em vários veículos de comunicação da região. Principalmente nas emissoras de televisão locais. Isso é coisa de uns 18 anos mais ou menos.
Foi a partir desse mural que o seu estabelecimento começou a ser pontuado como um local de debate político dentro da Cidade de Cubatão?
Sim. Pois existe uma coisa chamada coerência. Se você se compromete com isso e faz tudo ao contrário... Acordo é feito para ser cumprido.
Você chegou a romper politicamente com o ex-prefeito Clermont, no segundo mandato dele? Vocês se falam hoje em dia?
Rompemos. Mas hoje somos amigos e ele frequenta a minha Adega. Almoçamos juntos sempre que podemos, pois na política, “quem tem joelho de vidro não joga bola”.
E como você avaliou o governo Marcia Rosa?
No governo Marcia Rosa fiquei um tempo como oposição a ela. No entanto, eu tive um problema de saúde e fiquei internado e a ex-prefeita foi a primeira a me disponibilizar ajuda. A Marcia se colocou à disposição da minha família. Então se demonstrou uma pessoa muito humana, sendo assim, parar de criticar foi uma forma de agradecer.
Qual a avaliação administrativa que você tem do governo Marcia Rosa?
O primeiro foi maravilhoso.
E o segundo?
Um desastre.
E o governo Ademário?
O governo Ademário até é bem intencionado. Mas com pouco conhecimento da cidade.
Como Assim?
Ele fala tanto de economia, mas não vemos isso revertido em Cubatão. Um bom exemplo disso é a nossa quermesse, que poderia movimentar melhor a Cidade, se as barracas dessa festa junina fossem destinadas as entidades. Mas as barracas são destinadas para terceiros e não para nossas instituições filantrópicas. Isso é falta de conhecimento.
Qual o ponto forte da atual Administração?
Desconheço ponto forte desse Governo.
Aonde poderia melhorar?
Quem tem que ter esse conhecimento é a equipe dele. Porém eu sou um pré-candidato e possuo propostas melhores do que as dele.
Qual a sua avaliação sobre a Câmara de Cubatão?
Falar de Câmara de Cubatão dói... Tem vereador que não sabe nem o que é uma autarquia de capital misto.
Hoje você é filiado ao PSB (Partido Socialista Brasileiro). Toda a cúpula do partido apoia a pré-candidatura de Chico da Adega a prefeito em 2020?
Não...e acho até bom que isso não seja unânime, pois toda a unanimidade, ao menos no meu entender é burra. Existem outras vertentes no partido, como a que apoia a pré-candidatura do nobre vereador Ivan Hildebrando a vice-prefeito.
Qual recado o Chico da Adega envia para a população de Cubatão?
Que o povo escolha um prefeito que goste de gente. Aí, sim.... Cubatão pode avançar.
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