Cubatão, 21 de Novembro de 2024 - 00:00:00

Enxurradas que matam! Quem são potenciais vítimas das tragédias?

23/02/2023
Enxurradas que matam! Quem são potenciais vítimas das tragédias?

Chuvas, enxurradas, mortes, desaparecidos, desabrigados são os temas dos veículos de comunicação. Os mesmo veículos que invisibilizam às causas.

 

São os pobres que perdem tudo e formam a fila da miserabilidade para conseguir um kit de roupas usadas, um pouco de alimento e ainda se contentam com falas messiânicas. E o amanhã?

 

Deus não é responsável pelas gritantes diferenças de classes e, não é responsável pela ganância dos empresários e gestores políticos que pagam salários ínfimos/vergonhosos aos trabalhadores. Salários esses que não garantem o mínimo para subsistência de milhões de famílias nesse Brasil tão rico e com tantos excluídos.

 

Excluídos das escolas, excluídos do direito à moradia, excluídos do acesso à cultura, excluídos à uma alimentação nutritiva...excluídos!

 

A pirâmide social, nos últimos anos bolsonaristas, alargou sua base e expandiu sua ponta, esmagando a classe média e aumentando cruelmente a desigualdade social. Somos um país de castas e o mais injusto do mundo sob o ponto de vista social. 

 

Precisamos debater às tragédias ambientais linkadas às questões sociais. Não podemos invisibilizar os direitos sociais insculpidos na CF/88, hoje, letras mortas para boa parte dos detentores de poder econômico e político e desconhecido para o conjunto da sociedade.

 

Triste!! Muito triste morrer apenas por ter nascido numa família pobre que trabalhou ao longo de toda uma vida e não conseguiu um pedaço de chão pra chamar de seu. 

 

Escandalosamente as portas de oportunidades são seletivas, como as capitanias hereditárias, ou pior, haja vista, o tempo decorrido entre a ocupação territorial no século 19 e os dias de hoje, em pleno século 21.

 

Tão perto e tão longe a sociedade precisa se organizar enquanto polys( do grego cidade) e romper com mais força que a água das chuvas para enfrentar o nepotismo e bradar um forte NÃO. Não contra a escravidão da classe trabalhadora. Dizer não as listas de empregos que ficam nas mãos de políticos para bargangar votos para se perpetuar no pode. 

 

Em Cubatão todo mundo sabe quem negocia empregos terceirizados dentro do gabinete. Os trabalhadores, trabalhadoras em sua maioria vivem com medo de lutar pelos seus minguados salários, muitos vezes "não pagos" temendo o desemprego na bacia das indicações políticas, onde o valor da dedicação, compromisso e eficiência pouco ou nada valem.

 

Cubatão ultrapassa os limites da moralidade buscando se perpetuar no poder como donos da Casa Grande que ofertam cestas básicas e empregos temporários para formar um rebanho e garantir a reeleição mesmo votando contra servidores, criando taxa de lixo, taxa de luz, aumento abusivo do transporte público, aumento do IPTU num momento tão difícil para sua gente.

 

Dinheiro, não tem falta, com superavit todos os anos como demonstram os relatórios do TCE/SP e o abusivo repassa de 6% do orçamento público para 15 vereadores da Câmara Municipal, recursos que podiam ser investidos em políticas públicas para cuidar do povo. Mas afinal o que são os 6%? Algo em torno de 70milhões de reais para manter a Câmara Municipal, seu luxo e suas regalias. 

 

Na maioria dos Municípios brasileiros o repasse vai de 2% a 4%. E por isso Cubatão ostenta a vergonha de ser a Câmara mais cara do Brasil, que possui 553 municípios, salvo engano!

 

As mortes em tempos de fortes chuvas tem culpados!!! E a situação não nos permite o silêncio diante de tais tragédias.

 

Marcia Rosa, ex-prefeita de Cubatão

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