"Estamos pagando servidores ativos e aposentados em dia. Eles não recebiam”
Ademário Oliveira, prefeito de Cubatão
Foi numa manhã ensolarada de sexta-feira que o Prefeito Ademário da Silva Oliveira (PSDB), 46 anos, casado, Bacharel em Direito, recebeu a Folha de Cubatão em seu gabinete. No local, existem algumas fotografias de família e quadros na parede. Dois desses quadros chamaram a atenção. Eram imagens do ex-governador Mário Covas, e foi a partir desse gancho que nós começamos a entrevista a seguir:
Folha de Cubatão - O que o Mário Covas representa para você?
Ademário – O Covas deixou um legado para política. Ética, moral, responsabilidade e ajuste fiscal. Fez as reformas estruturantes em São Paulo e sempre encarou a coisa pública agindo como um estadista, nunca foi um senhor de combate. Ele nunca fez política populista para agradar setores da sociedade visando o pleito político, sempre tomou medidas de a austeridade fiscal. Covas deixou esse legado no ninho tucano.
Folha de Cubatão – Quando o senhor assumiu em 2017, você tomou medidas semelhantes as do ex-governador Covas lá em 1994. Tomou medidas drásticas com o servidor para colocar a máquina pública em ordem, tanto que muitos servidores questionam tais medidas. O senhor trouxe o jeito Mário Covas de governar para Cubatão?
Ademário –. O governador Mário Covas trouxe essa percepção de governar com responsabilidade. Você não poder gerir dinheiro público como se fosse capim, e fiz e tomei medidas assim. A cidade estava falida, não pagava água, fecha hospital, fecha Casa da Esperança, não paga luz. A empresa pública falida não paga servidor, isso era o fundo do poço. Naquele momento, nós chegamos condenados ao insucesso. Se você pegar o histórico dos Presidentes que caíram, caíram quando a economia declinou. Então nós chegamos condenados, e hoje eu vejo a classe política processando a conjuntura, reeleição, desgaste e eu estou muito tranquilo. Estamos com as finanças em dia.
Folha de Cubatão – Esse jeito Mário Covas de governar ainda cabe hoje?
Ademário – Cabe! Trocam-se os personagens, mas a história é a mesma, não muda. Hoje o personagem sou eu, ontem era o Mário. A história é a mesma!
Folha de Cubatão – o que mudou na Prefeitura em dois anos? Quais os pontos fortes?
Ademário – Pagar o servidor e o aposentado não recebiam. Colocar as finanças em dia e discutir precatórios, Caixa de Previdência. Mas o fato de pagarmos o servidor em dia foi uma conquista espetacular. No primeiro ano foram 19 folhas (de pagamento), que tivemos que pagar do governo anterior. A reabertura do hospital foi uma coisa espetacular, assim como a urbanização da Vila Esperança. É um ganho metropolitano no ponto de vista ambiental e no combate a criminalidade.
Folha de Cubatão – Há algum projeto para reativar a economia?
Ademário – Nós criamos junto ao Ciesp (Centro das Indústria do Estado de São Paulo - Prefeito pega num dos armários do gabinete, um exemplar do catálogo), 11 motivos para se investir em Cubatão. Nós criamos em dois anos o Fábrica de Oportunidade. Com isso nós projetamos Cubatão para o mundo, por meio do Polo Industrial. Estamos a seis quilômetros do Porto e 60 quilômetros do maior mercado consumidor, com rodovia, ferrovia, você tem água em abundância, tem energia. O IPTU nunca foi. O Turismo iniciou agora para colher daqui a 20 anos, nós temos excursionistas. A Usiminas está mudando o eixo, nós trouxemos investidores internacionais para avaliar a questão portuária, a Ambev está vindo para cá com fruto dessas ações, e tão logo - a gente não quer anunciar, pois estamos em tratativas - teremos no prazo de seis meses uma novidade para mudar a história de Cubatão.
Folha de Cubatão – E para classe média?
Ademário – O Parque Linear vai ser uma conquista espetacular. Nós construiremos três píeres. Um píer no Bolsão, outro na Ilha Caraguatá, píer no Casqueiro. O Parque Linear vai contemplar desde a Ilha Caraguatá, passa pelo estradão e vai até o final da Ponte Nova, com toda estrutura de equipamentos públicos. Então eu vou estimular a prática de esportes, restaurante s na Beira Mar. Vai ser um grande salto.
Folha de Cubatão – E o desemprego?
Ademário – Desemprego é basicamente conjuntura nacional. Quando o Brasil está em alta, Cubatão também está, e quando o país desce, Cubatão é o primeiro a despencar. A empregabilidade está muito ligada às políticas públicas nacionais e internacionais. Você tem o protecionismo do aço. O governo americano toma uma medida de taxar o aço do Brasil. Um movimento do governo americano reflete aqui. A Usiminas hoje não tem estimulo para retomar a produção de chapas grossas, então você depende muito das políticas públicas do Governo Federal, Itamaraty e etc ...
Folha de Cubatão – E a relação do Executivo Cubatense com a Câmara da cidade?
Ademário – Boa! Todos os projetos do governo foram votados. Nenhuma rejeição de projeto nesses dois anos, com todas as medidas impopulares e você emplacar todas as medidas não estou me intitulando de super-herói...
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