Achocolotado de qualidade duvidosa e feijão com "bichinhos dentro" foram encontrados em um dos kits destinados as familias com crianças na rede municipal.
VALENTIM CARDOZO
Da Redação
Um vídeo de uma mãe de Cubatão acabou por viabilizar, não só na internet, mas também como notícia em um programa de uma TV regional. Tudo por conta de que na publicação feita pela municípe Cássia Aparecida (que é mãe de um jovem especial), a mesma reclama da má qualidade de um achocolatado em pó, oriúndo da cesta báscia fornecida pela Prefeitura de Cubatão, as crianças da rede pública municipal, para suprir a alimentação escolar em casa, já que as aulas continuam suspenas devido a pandemia de coronavírus.
No vídeo, Cássia (que também é professora), diz que ao abrir a cesta para preparar o achocolatado ao filho, se incomodou com a marca do produto, a qual nunca teria ouvido nem falar. Ao experimentar o alimento ela disse que o chocolate-em-pó tinha gosto de tudo, menos de chocolate. "Isso mais parece uma areia branca e tem um gosto horrível, assim como o leite em pó. Será que não houve fiscalização no contrato da merenda? será que o prefeito e os demais políticos da cidade teriam coragem de dar esse tipo de coisa para seus filhos se alimentares? Não há fiscalização?!", realiza indignada a mãe, com a série de questionamentos.
No entanto, não é apenas Cássia a única a reclamar do qualidade da tal cesta básica vinda da Prefeitura. Uma outra mãezinha (cujo o nome preferiu não identificar) que também tem seu filho matriculado na rede pública, moradora do bairro da Fabril, disse que o feijão é de péssima qualidade. "Abri o pacote de feijão, para poder separar os grãos para cozinhar, ele estava repleto de larvas. Um absurdo essa qualidade de alimento dentro de uma cesta-básica, cujo o objetivo é alimentar as crianças da cidade em meio uma pandemia", relatou inconformada.
Ex-presidente do Fundeb diz que qualidade da cesta-básica deveria ser bem melhor
Economia de R$ 4,5 milhões na merenda até o mês de junho, proporcionaria investimento maior a cada um dos 16mil alunos da rede municipal. Com as escolas fechadas desde o final do mês de março, devido a pandemia do novo coronavírus, a previsão de gastos com alimentação na pasta da Educação até o meio do ano (mês de junho) caiu consideravelmente. Do valor estimado, que ultrapassava a quantia de R$ 6,2 milhões de reias, caiu para pouco mais de R$ 1,6 mi.
Os estudos foram realizados pela ex-presidente do Fundeb de Cubatão, Laís Alvarez, baseados nas informações contidas no Diário Oficial do Município, publicado no dia 28 de julho de 2.020, afirmando que em tamanha economia foi possível ter números próximos de R$300,00 por alunos, do período de janeiro a junho deste ano.p>
Ela afirma que dentro desses calculos econômicos, ainda não foram acrescentados itens como o não acontecimento do dissídio (que fez com que os salários permanecessem congelados) e nem a estimativa econômica de água, luz e telefone. "É inadimissível ver famílias da cidade com recebendo uma sexta de uma qualidade inferior, sendo que praticamente todo o primeiro semestre a previsão de gastos caiu bem mais do que a metade, devido a pandemia", ressalta Laís Alvarez.
SINDPMC - O presidente do Sincato dos Professores Municipais de Cubatão, Berenildo Gonçalo, ao saber das denúncias vindas de mães de alunos, procurou a reportagem da FOLHA DE CUBATÃO e disse que é lamentável que algo como isso ocorra justamente em um período que não deveria acontecer. "Nós professores, os quais estamos diariamente com nossos alunos na sala de aula, sabemos da dura realidade que boa parte de nossas crianças vivem em seus lares, o que faz com que essa cesta-básica em época de pandemia seja algo de excelência em qualidade e que não seja formada, por produtos de qualidade inferior", ressaltou o professor Berenildo.
PREFEITURA - A FOLHA DE CUBATÃO pediu nota sobre a denuncia junto a assessoria de imprensa para a prefeitura de Cubatão. Até o final desta edição, não obtivemos resposta.
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