Análise foi de Dalmo Viana, da Badra Comunicação
VALENTIM CARDOZO
Da Redação
Com pouco mais de 112 mil habitantes segundo dados de pesquisa do último senso realizado em julho de 2023, Cubatão teve uma redução populacional comparado ao último levantamento, que ocorreu no ano de 2010. Esses mesmos dados representam exatos 5,2% moradores a menos perante os 118 mil que foram levantados há 13 anos atrás.
Essa diminuição também foi sentida no número de eleitores da cidade, no entanto, das mais de 93 mil pessoas que votam no município, cerca de 7 mil ainda não realizaram o cadastro biométrico, o que equivale a 17,9% do eleitorado cubatense. Ou seja, tais números comprovam que apenas pouco mais de 82% dos cubatenses possuem a biometria eleitoral.
Para o sociólogo e cientista político Dalmo Viana, da Badra Comunicação, esse último censo trouxe um choque de realidade para a percepção geral do brasileiro, já que esses dados não são apenas números, mas vidas e muitas que dependem do Estado para que possam ter o mínimo de dignidade. “Um dos motivos que podem levar moradores de determinado município migrar para outro, poderia ser resultado da falta de foco das políticas adotadas pelo poder público. Pois a lupa está mal calibrada e desta forma não consegue fazer com que um determinado extrato (camada) da população se sinta representada nas políticas adotadas pelas prefeituras”, diz Viana
Ao ser perguntado sobre determinado público migrante, como no caso de servidores municipais, o sociólogo cita a procura desse público por melhor qualidade de vida, que muitas vezes não está no local onde esse cidadão contribuiu boa parte da vida. “Ainda mais se esse munícipe tem uma "certa" estabilidade que é garantida por ser um aposentado do serviço público, pois ele pode mudar da cidade, porém manter seus vínculos afetivos lá, e gozar dos benefícios da outra cidade, mas não cortar os laços onde ele trabalhou, nasceu, cresceu, ou passou mais da metade da vida. Desta forma, manter o título eleitoral na cidade é uma forma de contribuir para melhorar o lugar que ele tanto gosta” reforça.
Dalmo Viana conclui dizendo que em certa medida, o servidor municipal aposentado pode contribuir com a cidade que gosta mesmo que não more mais nela, mas por responsabilidade para com ela. “É uma forma inclusive de manifestar que não abandonou o lugar que deu a pessoa tudo que ela conquistou. Por essa razão, manter o título significa se sentir responsável e por poder revisitar amigos, parentes, locais dos quais tem uma identificação e que ajudaram ele a se tornar o cidadão que ele é hoje. Isso chama-se identificação e pertencimento”.
AFUMPEC – Para a presidente da Associação dos Funcionários Públicos Municipais Aposentados e Pensionistas de Cubatão – AFUMAPEC, Élide Cunha, manter a residência eleitoral na cidade, principalmente por parte dos servidores municipais aposentados, é uma forma desse cidadão manter vivo seus direitos conquistados ao longo de tantos anos de contribuição com o município. “Manter o título em Cubatão, mesmo que a pessoa decida em morar em cidades vizinhas, ou até mesmo em outras regiões, é simplesmente continuar a lutar não só pelos seus direitos adquiridos ao longo da vida, mas também das demais gerações de familiares desses servidores e demais novos colegas de serviço público que venham adentrar no regime estatutário municipal. Por isso a AFUMAPEC apoia a permanecia desses munícipes que decidem pela residência eleitoral categoria na cidade de Cubatão.
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