(*) RACHEL BALSEIRO
Notoriamente, o tema está em alta em razão dos recentes acontecimentos, com os dois episódios que marcaram esses últimos 10 (dez)
dias no Brasil.
É inegável que a saúde mental dos brasileiros está muito abalada,
agravada pela pandemia e, muito influenciada pelas redes sociais, atingindo
principalmente os mais jovens. Há países, como os EUA, que já estão mais acostumados com esse tipo de comportamento, muito comum por lá, principalmente em razão do porte de arma ser liberado de forma indiscriminada, em alguns estados da Federação.
Entretanto, já está sendo discutido, na Europa e, mesmo nos EUA, a
questão do acesso irrestrito de jovens às redes digitais, pois, também, já se
constatou que essa liberdade influencia, de forma muito negativa, na saúde
dos mais jovens, uma vez que é muito difícil que os genitores consigam vigiar
seus filhos, “full time”. Quando tratamos essas situações, como excepcionais, parece que é uma realidade muito distante de todos nós, mas isso não é verdade, pois qualquer pessoa está sujeita a um ataque como os últimos que ocorreram.
Apesar, do governo brasileiro, ter anunciado um investimento de R$
150 milhões para que estados-membros e municípios ampliem as rondas no
entorno dos colégios, isso não é suficiente para amenizar essa situação.
Na verdade, é necessário que haja um investimento muito rigoroso, em
profissionais da saúde mental, nas escolas para evitar essas tragédias,
inclusive, está na Constituição Federal que é dever do Estado e da sociedade
em geral, inclusive das instituições de ensino, cuidar da saúde dos menores e, isso, também, inclui a saúde mental.
Neste diapasão, já passou do tempo de se criar uma Comissão
Parlamentar, para se discutir medidas mais rígidas de acesso à internet, para
jovens e menores, com responsabilidade das grandes Plataformas, pois, sem
uma política pública mais austera, esses episódios tendem a serem mais
recorrentes. Também, é necessário, que a sociedade deixe de negar os problemas com a saúde mental, omitindo uma realidade que só se agrava a cada dia, sem cuidar de forma adequada do tema.
Ou a sociedade e o Estado se mobilizam para mudar essa questão
inegável ou assistiremos de braços cruzados mais vidas sendo ceifadas.
(*) RACHEL BALSEIRO é advogada,
professora universitária, cientista política e escritora
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