Por não concordarem com vetos relacionados a temas essenciais na cidade, parlamentares mostram que a união faz a força e mandam recado ao Poder Executivo
VALENTIM CARDOZO
Da Redação
Os 15 vereadores da Câmara Municipal de Cubatão derrubaram dois vetos impostos pelo prefeito Ademário Oliveira (PSDB), na sessão que ocorreu na tarde dessa terça-feira, 14 de setembro de 2021. Os projetos vetados eram dos vereadores Alessandro Oliveira (PL), o qual pedia assistência pública para mulheres carentes do município em relação a absorvente menstrual e, o segundo, era de autoria do vereador Rony do Bar (PSD), o qual solicitava a implantação de hortas comunitárias no município, para que muitos pais e mães de família desempregados da cidade pudessem plantar verduras e legumes para o próprio sustento.
Durante a votação, o primeiro secretário da mesa diretora da casa, Marcos Roberto Tinho (REP), ao ler os vetos de ambos os projetos acabou por citar o motivo dos mesmos pelo próprio prefeito, o qual alegou inconstitucionalidade nas demandas de ambos os parlamentares. Fator esse que não deixou dúvidas em nenhum dos legisladores da cidade, em se posicionarem contra a decisão do mandatário do poder executivo municipal.
Durante a discussão sobre a derrubada do veto de seu projeto, Alessandro Oliveira disse que foi eleito para executar políticas públicas e que não será lembrado como um vereador que só tinha como projeto, dar nomes a ruas e as praças de Cubatão. “Existem muitas mulheres carentes em nossa cidade e, muitas delas não possuem condições financeiras de adquirir um absorvente, que não é nenhum objeto de luxo e sim uma necessidade, pois todos aqui sabem da realidade feminina em questão. Realmente não esperava receber um veto relacionado a um projeto de tamanha importância e sensibilidade”, discursou indignado, o vereador.
Já Rony do Bar, mais contido, apenas agradeceu aos colegas de plenário pela solidariedade em derrubarem o veto contra o seu seu projeto.
JAQUELINE BARBOSA – Única mulher com mandato em atividade na atual legislatura, a vereadora Jaqueline Barbosa (PSD) também se posicionou sobre o veto recebido pelo projeto de Alessandro Oliveira. “A mulher inicia seu ciclo menstrual ainda na adolescência e, nessa faixa etária, muitas dessas meninas estão em atividades escolares e, como o ciclo menstrual dura cerca de uma semana, o fato das meninas não terem absorvente pode gerar até 50 dias de ausência no ano letivo. Esse número excessivo de faltas pode atrapalhar e muito a formação educacional, social e profissional dessas meninas, as quais estão em um importante processo de amadurecimento durante a vida”, ressaltou a vereadora.
CÂMARA COM FORÇA - Com a derrubada de ambos os vetos por unanimidade, os vereadores conseguiram demonstrar união e o real poder da Casa de Leis. Os parlamentares saem fortalecidos perante o poder executivo, do qual aguardam um novo posicionamento sobre os projetos de lei anteriormente vetados.
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