Realidade ocorre em um núcleo de ensino localizado em uma região populosa da cidade.
VALENTIM CARDOZO
Da Redação
Com o encerramento das atividades da EJA (Educação de Jovens e Adultos) da Escola Martim Afonso, no Jardim Nova República (Bolsão 8), foi totalmente decretada ao menos na prática, a desativação por completo do único aparelho de ensino fundamental e educação de jovens e adultos pelo município no bairro. Em dezembro de 2.020, o aprendizado regular já havia sido transferido compulsoriamente para a rede estadual, já a partir de janeiro do ano passado.
A escola que completaria 35 anos e está concentrada em uma das áreas que mais cresceu em números de habitantes na cidade (devido a transferência de famílias da região da Serra do Mar, pelo Governo do Estado), já chegou a proporcionar educação para cerca de 1.100 alunos por ano, em diversas gerações diferentes. No entanto, a prefeitura afirmava na época que uma nova escola seria construída no bairro, dizendo que a demolição de uma unidade de ensino, juntamente com a construção de um novo prédio, era mais em conta do que realizar a manutenção de um próprio antigo.
Porém, passados dois anos de escola fechada devido a pandemia, que teve início em março de 2.020, nada foi feito. Nem o prometido prédio novo por parte do governo e, muito menos uma reforma, para que ao mínimo a escola pudesse continuar por mais algum tempo de atuação, com o recomeço das aulas presenciais
Segundo o ex-diretor do Martim Afonso, Peter Maahs, que estava à frente da unidade há 13 anos, a luta pela continuidade da escola por parte de diretores, professores, mães de alunos e até dos próprios estudantes foi constante durante todo esse período. “Desde 2.020 a comunidade vem se mobilizando tanto para cobrar a prefeitura quanto pela manutenção do prédio. O prefeito recebeu a comissão na época, quando ele nos prometeu a reconstrução do prédio e reabertura das atividades. No entanto nada aconteceu e toda a comunidade do Jardim Nova República e bairros adjacentes sofrem com o fechamento por completo do Martim Afonso”, diz o diretor.
Peter, ainda explica que o prejuízo com o fechamento da escola não é só pedagógico, pois afeta outras áreas da sociedade civil local. “Primeiramente, as crianças terão que se deslocar por uma distância maior para estudar e, consequentemente todos sabemos o ônus que uma escola a menos causa em todo o complexo social de uma comunidade. O que pode não ser refletido agora, mas com certeza terá sérias consequências futuras”, conclui.
PREFEITURA – A equipe de reportagem da FOLHA DE CUBATÃO pediu nota a prefeitura para esclarecimentos sobre a desativação total da Escola Martim Afonso. Porém até o fechamento dessa edição, não obtivemos resposta.
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