Sérgio "Calçados" e Antônio Teixeira são a favor de maleabilidade do poder público junto aos corredores comerciais da Cidade.
VALENTIM CARDOZO
Da Redação
Continua o legado dos comerciantes de Cubatão na luta em prol da abertura vertical do varejo. Há indícios que alguns pequenos comerciantes já fecharam as portas e com o prolongamento da quarentena, a tendência é que camadas superiores do comércio, como as de médio porte, comecem a sentir o impacto causado pelo decreto, que se extende desde o final do mês de março. A reportagem da FOLHA DE CUBATÃO, vem acompanhando o desenrolar da crise instalada no município, devido o avanço do coronavírus em todos os segmentos, principalmente no comércio da Cidade, o qual já não é o mesmo desde a crise econômica do ano de 2015, que impactou o município no setor industrial, pricipalmente com o fechamento da USIMINAS, que refletiu em corredores comerciais da cidade, como na Av. 9 de Abril.
A FOLHA, em uma edição especial sobre as consequências da pandemia, ouviu o comerciante Antônio Simões, mais conhecido como "Kokinho Guerreiro", que alertou a população sobre os problemas que pequenos comerciantes enfrentariam caso não houvesse isenção de alguns impostos, como os vindos das concessionárias de prestação de serviços de água e luz (SABESP e CPFL) e a colaboração dos locadores perante os comerciantes que pagam aluguel. Na época, Ele também cobrou ações da Associação Comercial, a qual levou a prefeitura diversas solicitações, que segundo o presidente licenciado da própria ACIC, naquele momento, Geraldo Freitas, não foram atendidas até agora.
VEREADOR E COMERCIANTE - Com o passar das semanas, o vereador Sérgio Santana, mais conhecido como Sérgio Calçados (PSB), que também é comerciante na cidade, disse em entrevista exclusiva a FOLHA DE CUBATÃO, que as soluções para o enfrentamento da crise perante o comércio devem ser entrelaçadas com outros segmentos, como a própria Educação, que tenta sanar as questões da merenda. "Uma solução para não deixar os comerciantes quebrarem seria a abertura vertical, juntmente com um cartão voucher, distribuído para todas as famílias que possuem crianças na rede pública de ensino (não apenas para as famílias que estão no Bolsa Família, o qual não atende nem a metade dessas pessoas). Fazer que o direcionamento das compras desse cartão seja exclusivamente para o comércio local, para que haja a fomentação e circulação desse dinheiro. São ações simples, as quais já poderiam terem sido tomadas, até porque já tivemos algo parecido na cidade", finaliza Sérgio, referindo-se ao antigo cartão do servidor.
PRESIDENTE DA ACIC - Para o atual presidente, Antônio Teixeira, a responsabilidade da continuidade ou não da quarentena, tem que ser avaliada de acordo com a real necessidade de cada município brasileiro, já que o Governo Federal designou tal autonomia para governadores e prefeitos. "Se pensarmos que Cubatão ainda se levanta da grave crise de 2015 e, que o fluxo de pessoas é bem menor em relação as demais cidades da Baixada Santista, por não determos a relevância turística de nossas vizinhas, temos condições e necessidade de abrimos o leque para o funcionamento do comércio sim", diz.
Teixeira ainda salienta que, caso a quarentena seja prorrogada no próximo dia 10 de maio pelo Governo do Estado, seria importante o prefeito se posicionar a favor dos comerciantes. "Caso a quarentena se extenda além do dia 10, vai ser trágico! Aí os comerciantes de Cubatão serão obrigados a tomar as próprias medidas de segurança ao abrirem suas portas de maneira responsável", finaliza.
COMERCIANTES - Enquanto nada fica resolvido, alguns comerciantes falam o que pensam sobre o alongamento do decreto de fechamento do comércio e suas consequências. "Essa situação precisa mudar com uma certa urgência, pois enquanto isso não ocorre, nós vamos sentindo na pele. Eu por exemplo, tive uma diminuição de mais de 40% na minha clientela", diz Alan de Moura Brito, proprietário de um lava rápido no centro da Cidade.
"A respondabilidade é de todos. O poder público tem que dar isenção de impostos e os donos de imóveis também precisam abater o aluguel, pois melhor é o comerciante acertar a locação mais pra frente, do que o locatário perder o seu inquilino para sempre e prejudicar a cidade. A fiscalização também poderia ser mais organizada, com a possibilidade de c
olocar adesivos com cores que simbolizam a atual situação do comércio, o que esclareceria para o consumidor a real situação de funcionamento ou não do estabelecimento", avaliou Daniel Rispoli, dono de um restaurante nas proximidades da Prefeitura.Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!