Atitude isolada veio do prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB)
VALENTIM CARDOZO
A atitude tomada pelo prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), no último domingo, dia 12 de abril, onde o próprio anunciou a redução do salário dele, do vice-prefeito e dos secretários em 30% nos próximos três meses, ocorreu de forma pioneira e individual na Baixada Santista, sendo o primeiro chefe do executivo da região a adotar tal posicionamento, sem levar a questão para a pluralidade regional, o que poderia ser feito e proposto no Condesb.
Segundo o próprio Paulo Alexandre Barbosa, o dinheiro terá como finalidade medidas de prevenção ao combate contra o novo coronavírus na cidade praiana. "Além de negociar contrato com fornecedores, a partir de hoje, decidimos que durante os próximos três meses, nós teremos esse abatimento percentual nos rendimentos. Devemos ter o mesmo impacto que a comunidade santista. Essa conduta já começa a valer partir do mês de abril, se extendendo também no decorrer de maio e junho", disse o prefeito, por meio de uma transmissão de vídeo ao vivo, pela internet.
No entanto, os cortes nos salários, não serão a única medida de Barbosa, que também confirmou maior rigor nas feiras livres, para evitar o acumulo da população. O mandatário ainda destacou que manterá os atos restritivos, os quais ele próprio explica ser o ideal, para evitar que mais pessoas adquiram o vírus. "Abril será um mês de desafios. Infelizmente, não é possível ainda liberar a abertura dos comércios. Nesse momento, nosso principal objetivo é salvar a população, pois a conscientização é a maior arma no combate a COVID-19. Não quero que essas carreatas contra o isolamento se transformem em cortejos fúnebres. Estamos trabalhando para todos e por isso as medidas estão sendo feitas", disse.
Para o presidente da Câmara de Cubatão, medida isolada do prefeito de Santos causou "estranheza".
Após a medida do prefeito de Santos, a FOLHA DE CUBATÃO, foi até Câmara Municipal, saber do presidente do legislativo, Fábio Alves Moreira, o Roxinho (MDB) se haveria a possibilidade dos poderes eletivos debaterem e agirem com algo semelhante, como foi decretado na cidade vizinha. "Primeiramente quero deixar claro que a medida do prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa me causou estranheza, ainda mais sendo adotada em um dia de domingo, e, por ele ainda ser o presidente do Condesb, onde todas as decisões são tomadas em um sentido colegiado, juntamente de modo uniforme com os demias prefeitos das nove cidades da região. Eu acredito que se falando em valores, essa redução de ordenado pouco ajudará no combate ao coronavírs, porém, sabemos que se isso ordenar por mais tempo, poderá a vir ocorrer em também Cubatão e, assim sendo, a Câmara jamais se furtará dessa iniciativa", diz o presidente da Câmara de Cubatão.
"Nós não podemos nem como mensurar hoje, o verdadeiro déficit de isolamento social, sendo assim, devemos esperar para vermos isso baseado em números, eu acredito que o próprio prefeito de Santos também não tenha esses números, pois volto a repetir, causou estrannhesa para mim, como presidente do legislativo de Cubatão, como deve ter causado também para todos os parlamentares e prefeituráveis da região, a atitude do prefeito Paulo Alexandre Barbosa não tomar tal medida em colegiado na forma regional e metropolitana, como sempre vem acontecendo, desde o primeiro decreto tomado pelo Governo do Estado. Me parece uma medida pessoal, que pouco reflete no combate ao coronavírus, pois considero que inúmeras medidas vindas por parte do Condesb tenham sido acertadas em prol da regio, mas, como cubatense, me entristece saber que não estamos atingindo a meta de isolamento estabelecida pelo Governo do Estado", enfatiza Roxinho.
CÂMARA MUNICIPAL - O presidente ainda diz que a Câmara tem tomado as medidas cabíveis mediante a crise. "O parlamento tem feito a parte dele, transferências de emendas impositivas e devolução de recursos. A atitude do prefeito de Santos foi isolada, não dá para tirar como base a mesma conduta para cada município, pois cada um tem a sua particularidade e a sua arrecadação. No total, enfatizando todos os trâmites, a destinação da Câmara de Cubatão para a pasta da Saúde ultrapassou cerca de R$6 milhões de reias", deixou claro o parlamentar.
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